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Silenciamento sociotécnico e os limites do “poder instrumental”

RESUMO

Nos dias de hoje, a vigilância de dados tem se tornado uma das principais características das atividades governamentais, e se manifesta não somente em vigiar os indivíduos em outra escala (hipervigilância), mas como uma interação sociotécnica envolvendo classificação de risco e dispositivos preditivos. Esses sistemas direcionam esforços para a predição do crime e gestão de riscos, ao invés de promover atritos e confrontos desnecessários. Tais argumentos vão ao encontro da proposta atual de Shoshana Zuboff (2019), para quem as tecnologias de “datavigilância” possibilitam uma forma de poder não violenta focada em moldar comportamentos e decisões dos indivíduos. Diante disso, casos como a experiência atual da Polícia Metropolitana de Londres na implantação da Matriz de Violência de Gangues (GVM), usada para identificar e traçar o perfil das supostamente nominadas “gangues”, tornam-se tanto o escopo deste artigo, quanto revelam uma realidade bem mais complexa.

PALAVRAS-CHAVE:
Vigilância de dados; Poder instrumental; Violência simbólica; Silenciamento

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